segunda-feira, 18 de abril de 2011

Resende vai ter nova Igreja

O Secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, deslocou-se a Resende para a homologação do contrato de financiamento para a construção da Nova Igreja Paroquial, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre do edifício dos Paços do Concelho, no dia 15 de Abril.

O templo ficará localizado no limite nascente da área urbana da Vila de Resende, nas imediações da escola Secundária D. Egas Moniz e do Posto da GNR e compreenderá uma traça moderna com uma Torre Sineira com desenvolvimento vertical e altura acentuada, que pretende estabelecer a marcação simbólica e religiosa do local. O edifício organiza-se de forma a estabelecer a hierarquização dos diferentes espaços previstos: acesso/entrada, templo, presbitério/altar, baptistério e pátio, sendo que ainda está prevista a construção de uma Capela Mortuária.

Nesta primeira fase, a construção da nova Igreja Paroquial de Resende terá um investimento de 650 mil euros e será comparticipada em 70% pela Direcção-Geral das Autarquias Locais, através das dotações incluídas no seu PIDDAC.

O Presidente da Câmara Municipal de Resende, António Borges, na sua intervenção afirmou que “nós não podemos desistir de Portugal, nem podemos desistir dos Portugueses, nem podemos desistir de Resende e é isso que estamos a assinalar aqui hoje: a ambição de construir uma sociedade mais justa, mais solidária e que consagre na nossa matriz de desenvolvimento os nossos valores”.

José Junqueiro afirmou que “hoje estamos aqui reunidos mais uma vez para fazer obra e neste caso concreto a esperança de 40 anos vai materializar-se agora, alcançando aquilo que é um desejo tão antigo da população de Resende. A igreja tem evoluído muito, tem-se modernizado, tem-se transformado e procurado acompanhar os tempos e este é um projecto que realiza essa ambição e vai de encontro aos tempos modernos”.

Para António Martins, Pároco da Freguesia de Resende há 44 anos, “esta obra é um sonho que se transformou em realidade, uma noite que despertou numa manhã clara. Tenho agora a certeza que a construção da nova igreja vai avançar no terreno e é com muita alegria e muita honra que assisto a esta cerimónia”.

Com a construção desta nova igreja no centro da Vila de Resende torna-se realidade uma ambição dos resendenses de há 40 anos, já que a população vai dispor de um local de culto mais próximo da área urbana, pois a actual Igreja Matriz encontra-se a mais de 1 km de distância da Vila.

In Jornal A Verdade

Exposição Fotográfica "Rotas D'ouro" e "No princípio..." em exposição na Casa do Poço

A Turel, em parceria com a Diocese de Lamego e o Turismo do Porto e Norte de Portugal, inaugurou na sexta-feira, dia 15 de Abril, no Museu Diocesano de Lamego a exposição de fotografia "Rotas D'ouro".

Esta é a segunda exposição no âmbito do projecto "Douro Religioso: conhecer, visitar, reconhecer" e conta com um espólio de 40 fotografias, da autoria de Hermínio Lopes e Marco Mota, e são o resultado do inventário do património religioso e paisagístico do Douro.

A exposição está organizada por três rotas temáticas, depois de inventariados 93 recursos imóveis, foram seleccionados 30 que agora compõem as três "Rotas D'ouro": "Douro Maravilhoso" focada nos principais monumentos religiosos do Douro; a "Rota das Paisagens e Religião", voltada para as principais panorâmicas/miradouros que o Douro tem para oferecer, associadas/os ao património religioso e a "Rota do Douro a 7 chaves", centrada nos locais que normalmente estão fechados ao público e cujo acesso implicará contacto com os guardiães, ou seja, com a população local.

Durante o acto inaugural o director do Museu Diocesano de Lamego, P. João Carlos Morgado referiu que "estas rotas abrem-nos caminho desde as margens do rio até às "terras do Demo" numa diversidade de paisagens e monumentos que se complementam e enriquecem mutuamente", aludindo à abrangência territorial dos recursos incluídos nestas rotas.

Abílio Vilaça, Vice-Presidente da Turel, frisou a importância do trabalho apresentado que "pode representar um elemento dinamizador da região, até porque, o turismo é uma das industrias que mais cresce a nível mundial" e indicou que "a experiencia do turismo religioso no Douro poderá mobilizar, em 2012, cerca de 5000 turistas, que podem gerar mais de 3 milhões de euros ao longo do ano", ressalvando, ainda, a importância que este sector poderá ter "na sustentabilidade de territórios do interior" como é o caso da região do Douro.

Por seu lado, o administrador do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Dr. Marco Sousa, sublinhou a importância desta exposição e do projecto, que considera "inovador e diferenciador para o Douro e um exemplo a replicar a toda a região Norte", ressalvou o facto das rotas estarem organizadas e preparadas para os turistas conhecerem e "representam um excelente produto turístico, para aumentar a oferta turística no Douro".

D. Jacinto Botelho, Bispo de Lamego, afirmou que o visitante da exposição fica "deslumbrado com o património que aqui é revelado, esta realidade existe mesmo" e para fraseando Miguel Torga disse: "Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza" acrescentando que "devemos contemplar a arte e a espiritualidade destes lugares únicos, muitas vezes longe dos olhares dos visitantes".

Agora o publico terá oportunidade de contemplar todo este património através desta exposição "Rotas D'ouro" que estará patente até ao dia 5 de Junho, no Museu Diocesano de Lamego. A entrada é livre.

Para lá da exposição de fotografia, também, podem apreciar a exposição de Pintura "No princípio...", um conjunto de quadros de impressionismo e expressionismo, com elementos de arte sacra, da autoria de um duriense, o Padre José Miguel Almeida.

In Douro Sul Acontece

sábado, 16 de abril de 2011

Lamego prepara-se para as Jornadas Mundiais da Juventude

O Secretariado Diocesano da Juventude da Diocese está a preparar a participação de um grupo de jovens da Diocese nas próximas Jornadas Mundiais da Juventude, que terão lugar em Madrid, no próximo mês de Agosto.

Neste momento, já há mais de uma centena de jovens inscritos, quer para as pré-Jornadas, que decorrerão na cidade espanhola de Segóvia, quer para as Jornadas, nas quais marcará presença também o Sr. D. Jacinto Botelho, Bispo da Diocese.

Para concentrar a informação relacionada com a preparação para as Jornadas, foi criada uma Página no Facebook (www.facebook.com/LamegonaJMJ2011) e um blog (www.JMJ2011.tumblr.com), que permitirá a divulgação de um conjunto de informações relativas a tudo quanto se refere às Jornadas.

Além disso, serão os canais que permitirão partilhar imagens, textos e fotografias ao longo das próprias Jornadas entre aqueles que estarão em Madrid e aqueles que, à distância, desejem acompanhar os jovens de Lamego nesta experiência extraordinária.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Jornada de promoção vocacional

No seguimento do programa anteriormente delineado, realizaram-se nos dias 2 e 3 do corrente mês, em Alhais, as Jornadas de Promoção Vocacional, promovidas e dinamizadas pelas equipas formadoras dos Seminários de Lamego/Resende e seus seminaristas, com a colaboração da Asel – Associação dos Antigos Alunos dos Seminários de Lamego. 

Na tarde do dia 2, a equipa formadora e seminaristas de Resende estiveram presentes com as crianças da catequese, elucidando-os sobre a vida nos seminários, abordando o tema das vocações e terminando a sua acção com a celebração da Eucaristia na igreja matriz.

No dia 3 foi celebrada Eucaristia tendo sido presidida pelo Pe. José Fernando, vice-reitor do Seminário de Lamego, coadjuvado pelo pároco local, Pe. Jorge Freitas. Na homilia interpretou as leituras e o evangelho fazendo a sua ligação com as vocações a vários níveis e desafiou os pais a questionar os seus filhos sobre uma possível visita ao Seminário, para conviverem com os seminaristas e tomarem conhecimento da realidade do dia-a-dia dos alunos ali residentes e do trabalho da sua equipa formadora. Passou a palavra ao Luís Rafael, aluno do lº ano de Teologia do Seminário de Lamego que, de uma forma muito clara, concreta e esclarecedora deu o seu testemunho de vida vocacional e de vivência do seminário, ajudando a quebrar alguns tabus sobre o que é a vida nessas instituições.

No momento de acção de graças foi dada a palavra ao presidente da ASEL que, muito resumidamente, partilhou o seu testemunho de vida com a assembleia que enchia o templo. Começou por explicar o que era a Asel, quem a constituía e qual a sua finalidade na diocese e que, para além de promover o convívio entre os seus associados, pretende manter e fazer perdurar o carisma de ex-alunos em convergência com os seminários. Enalteceu a formação que ali lhe foi ministrada - académica, cívica e moral - e vincou a sã convivência entre alunos e professores. Foram ensinamentos que o orientaram ao longo de toda a sua vida social, familiar e profissional. Apelou aos pais para falarem com os seus filhos e entusiasmá-los a fazer uma visita ao Seminário para que, em convívio com os seminaristas, possam fazer melhor as suas opções futuras. 

Para terminar, pediu aos pais que tivessem muita atenção na orientação da formação dos seus filhos.
Um especial reconhecimento para o trabalho da acção pastoral do pároco, pois é notório o seu envolvimento com a comunidade, visível no elevado número de jovens presentes, na sua maioria membros do grupo coral que solenizou a Eucaristia. Depois da saudação final, o Pe. Jorge convidou todos os presentes a participar no convívio/almoço que, como é apanágio destas terras, pôs em evidência a forma de bem receber das suas gentes.

A direcção da ASEL

Encontro vocacional sobre o Matrimónio

No passado dia 2 de Abril realizou-se no Seminário Maior de Lamego, um encontro com o tema: “Chamados ao Amor no Matrimónio”, promovido pelos Secretariados Diocesanos da Pastoral das Vocações e da Pastoral Familiar. Estiveram presentes cerca de 80 pessoas (casais, namorados, noivos e alguns solteiros), que no fim do encontro se manifestaram agradados por terem participado.

O sacramento do Matrimónio é uma vocação muito importante, que nos merece especial atenção. Além disso, é da e na família que surgem as outras vocações: sacerdócio ministerial, consagração religiosa e à santidade de vida. É dever da família falar com os seus filhos sobre a vocação, interrogando-os em relação ao que querem seguir e o que sentem ser o chamamento de Deus para eles.

Após o acolhimento, o encontro começou pelas 10 horas, com o tema “Matrimónio: Caminho do Amor de Deus em família”, apresentado pelo Doutor João Duque, professor na Universidade Católica, em Braga, casado, pai de três filhos. Abordou a questão do matrimónio numa perspectiva teológica e bíblica. O amor humano é fruto do amor de Deus, que ama, porque é amor e não por esperar receber algo. As relações humanas e concretamente na família realizam-se plenamente, quando cada um se descentra de si próprio e procura o bem e a felicidade do outro. Isto é difícil, porque o ser humano espera receber sempre algo em troca, mas é possível acreditando na presença de Deus, que se envolve connosco, muito mais do que nós mesmos. É muito importante no matrimónio a consciência da presença de Deus.

A vida em família realiza, de forma concreta, o amor de Deus, por mediação do amor humano. Na celebração do sacramento do matrimónio está já presente toda a vida dessa família, que nasce ali naquele momento. Toda a sua vida é sacramento e aí Deus salva. Sempre que há um acontecimento de amor, de abertura ao outro, Deus salva o mundo. O efeito sacramental não é só para essa família, mas para todo o mundo. O grau da vivência do amor de Deus vive-se pela aceitação da vida no quotidiano. Dedicando-se na família como no trabalho é ser cristão.

Na segunda parte da manhã interveio o casal: Dra. Lurdes Veríssimo, psicóloga, professora na UCP, no Porto e Dr. João Pedro Lisboa, professor de matemática num colégio na mesma cidade. Apresentaram os desafios ao matrimónio com base na formação da esposa, na área de psicologia e das suas experiências a dois, no namoro, oito anos de casados, pais de um filho. Salientamos aqui o aceitar o outro, bem como a sua história e família; comunicar e partilhar a vida do dia a dia, sem deixar acumular ressentimentos, esquecendo a luta pela razão, caminhando todos na mesma direcção; rezar em conjunto, falando com Deus em família das conquistas, dos projectos, dos problemas e dificuldades. Com Deus na nossa vida tudo se torna mais fácil e agradável. Terminaram deixando a proposta de cada um se comprometer com o desafio que lhe merece mais atenção.

Após o almoço confraternizado no refeitório do seminário, seguiram-se os trabalhos da tarde. Alguns casais deram o seu testemunho da descoberta da felicidade no casamento e no empenho a dois na construção dessa mesma felicidade, que se aprende e treina-se no dia a dia.

O encontro terminou com a celebração da Eucaristia, presidida pelo senhor Bispo, D. Jacinto, que considerou a familia como o berço de todas as vocações na Igreja, convidando os casais e noivos, presentes, a viver o seu Amor numa intimidade muito forte com Deus. A Eucaristia enriqueceu-se com a celebração e bênção dos esposos nas bodas de prata do Paulo e da Lina, da paróquia de Leomil, que testemunharam, deste modo, a alegria do compromisso matrimonial. A Eucaristia terminou com a renovação da aliança matrimonial de todos os casais presentes.

Todos saímos mais enriquecidos e com a certeza de que a Igreja deve voltar o seu olhar para as famílias, proporcionando-lhes momentos de reflexão, convívio e oração.

Irª Ana Maria

P. Joaquim Correia Duarte: Lei da Separação foi «ataque» contra instituições católicas

Padre Joaquim Correia Duarte analisa implicações da legislação no Distrito de Viseu, entre 1911 e 1914


O padre e historiador Joaquim Correia Duarte afirmou hoje em Lisboa que a Lei da Separação da Igreja do Estado, datada de 1911, foi o “maior ataque” do regime republicano às instituições católicas em Portugal.

“A lei, nos seus 196 artigos, começando por garantir a liberdade de consciência a todos os cidadãos residentes declarava em seguida que a Religião Católica deixava de ser religião do Estado e condicionava o culto religioso, mormente as manifestações externas do mesmo culto, a locais e a horas determinadas, na dependência das autoridades civis de cada localidade”, referiu o sacerdote, na Academia Portuguesa de História.

O especialista falava numa conferência dedicada ao tema «Incidências da “Lei da Separação”, de 20.04.1911, no Distrito de Viseu», com base nas respostas ao inquérito dirigido aos presidentes de Câmara e aos administradores dos Concelhos pelo presidente da Comissão Central de Execução da Lei da Separação, por ofício de 26 de fevereiro de 1914.

“Na prática, a hierarquia eclesiástica deixava de ser reconhecida e respeitada, substituindo-se ao poder eclesiástico o poder civil, e tomando este último o controlo quase absoluto da vida e da organização da Igreja”, assinalou Joaquim Correia Duarte.

O sacerdote de Lamego, distrito de Viseu, indicou que entre 1911 e 1914 foram expulsos pelas autoridades de então os bispos de Lamego e de Viseu e 32 padres.

Analisando os dados do inquérito de 1914, Correia Duarte revelou que “apenas oito situações” são ligadas a possíveis movimentos ou motins de reação às disposições da Lei, “apontando-se quase sempre como seus instigadores os «párocos», os seus «agentes» ou as «beatas»”.

À pergunta sobre a necessidade que o povo sentiria ou não do culto religioso e quais as suas motivações, das 48 respostas, quatro diziam que «não» e outra que “só os adultos”.

“Todos os demais afirmavam que sim, que o povo continuava a sentir necessidade do culto”, adiantou Joaquim Correia Duarte.

Quanto ao aumento ou diminuição da concorrência aos templos depois da implementação da República, 31 respostas afirmaram que era a mesma, 11 que tinha diminuído e seis que “tinha aumentado e havia mais fervor religioso”.

Correia Duarte afirmou, em conclusão, que “se a separação fosse real, pacífica e mutuamente respeitosa, teria certamente sido muito melhor para a Igreja e também para a República: uma e outra evitariam graves incómodos e muitas dissensões”.

OC

In Agência Ecclesia