terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lamego: Bispo pede padres ousados, pobres e dedicados «a tempo inteiro» ao sacerdócio



D.R. | D. António Couto na assembleia do clero em Lamego, 18-9-2012
Lamego, Viseu, 18 set 2012 (Ecclesia) – O bispo de Lamego, D. António Couto, apresentou esta segunda-feira uma Carta Pastoral aos padres da diocese em que lhes pede entrega total ao sacerdócio e os questiona sobre a sua atuação.
“Sei e sinto que a nossa Igreja diocesana precisa sempre mais urgentemente de Padres dedicados de coração inteiro e a tempo inteiro à sua vida de Pastores e à causa do Evangelho, segundo o estilo feliz, apaixonado, ousado, pobre, despojado, próximo e dedicado do nosso Bom Pastor, Jesus Cristo”, sublinha o texto enviado à Agência ECCLESIA.
Depois de estimular os padres a darem-se totalmente, “e não apenas o supérfluo”, D. António Couto frisa que a diocese precisa de sacerdotes que ensinem a mensagem da Igreja, apoiem os mais pobres e centrem a sua vida na celebração da missa e na oração, “não de vez em quando, mas com a tenacidade de quem está lá de pé todos os dias”.
O documento apresentado no Seminário Maior de Lamego durante a primeira assembleia do clero presidida por D. António Couto, que tomou posse da diocese a 29 de janeiro, interpela os sacerdotes sobre a sua vida espiritual.
“Participamos nos exercícios espirituais e nos tempos de atualização-formação permanente? Lemos, estudamos e amamos a Palavra de Deus e os documentos do magistério da Igreja? Amamos a Igreja, nossa Mãe? O Evangelho ‘toma conta de nós’, incomoda-nos e desinstala-nos, ou somos nós que vamos acomodando e instalando o Evangelho?”, questiona.
O presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização salienta que não é o “lado de funcionários” que atrai vocações ao sacerdócio: “Sem a unção da Alegria, que trabalhadores somos? Quem quererá seguir a nossa via? Que cooperadores Deus nos dará?”.
O prelado, um dos dois bispos portugueses que participa no Sínodo dos Bispos que decorre de 7 a 28 de outubro no Vaticano, dedicado ao tema ’A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’, também interroga os padres sobre a forma como acompanham as paróquias.
“Estamos preocupados em constituir grupos de missão ou de evangelização? Estamos sensibilizados para constituir grupos de caridade? Como estão os índices de oração e de formação das nossas comunidades? Preocupamo-nos com isso? Valorizamos os fiéis leigos? Como escolhemos e formamos os catequistas, os leitores, os acólitos, os ministros da comunhão, os membros do Conselho Económico e Pastoral, e outros cooperadores?”, pergunta. 
D. António Couto vinca a necessidade de a diocese “agilizar” os conselhos Episcopal, Presbiteral e Arciprestal e “formar com a urgência possível” o Conselho Pastoral.
“É igualmente importante e necessário rever a nossa relação com a Cúria Diocesana no que se refere a Coletas Obrigatórias, atualizações de estatutos e ficheiros, intenções de missa, aprovações e licenças várias”, assinala.
O encontro de apresentação da Carta Pastoral intitulada ‘Vamos juntos construir a casa da fé e do Evangelho’ terminou com um apelo do bispo aos 70 padres presentes para que envolvam os leigos no anúncio da mensagem cristã, adianta uma nota de imprensa da diocese.
O retiro espiritual do clero, orientado pelo porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Morujão, decorre no Seminário Maior de Lamego de 30 de setembro a 3 de outubro.

RJM

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