quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Património: «Douro Religioso» faz brilhar «joias» da arquitetura católica nortenha

O projeto “Douro Religioso”, iniciativa de valorização e requalificação patrimonial que há mais de dois anos congrega os esforços de diversas entidades da Igreja Católica e do Estado, entra este mês em fase de conclusão.

De acordo com o diretor técnico da TUREL – Turismo Cultural e Religioso, entidade que lidera os trabalhos, o objetivo tem passado por “alterar um pouco os circuitos turísticos” da região, ainda muito ligados às rotas do vinho e do rio, dando a conhecer mais o Douro interior, que alberga um património religioso “riquíssimo e único”.

Em declarações prestadas ao programa 70x7 deste domingo, na RTP2, Varico Pereira destaca a importância de preservar esta “herança do passado”, dando-lhe “animação” e permitindo às pessoas “utilizá-la não só como espaço religioso e de oração, mas também como espaço cultural e artístico”.

No âmbito deste “Douro Religioso: visitar, conhecer e reconhecer”, foram identificado 93 imóveis e 323 objetos de interesse turístico, através da estreita colaboração das dioceses de Lamego, Bragança-Miranda, Porto e Vila Real e das regiões de turismo do Porto e do Norte de Portugal.

Procedeu-se ainda à criação de três novos circuitos turísticos: o “Douro maravilhoso”, as “Paisagens e Religião” e o “Douro a Sete Chaves”, misturando a beleza natural daquela zona, património mundial da humanidade, com a riqueza cultural e artística das suas igrejas, capelas e santuários.

Destaque para a rota do “Douro a Sete Chaves”, em que as pessoas têm a oportunidade de passar por diversas aldeias vinhateiras do Douro e conhecer monumentos religiosos que normalmente não estão abertos ao público.

Uma aventura que, para Varico Pereira, encerra também um desafio para os turistas, já que primeiro têm de entrar em contacto com a população local e “encontrar a pessoa que lhes vai abrir a porta” do templo.

Com um investimento total na ordem dos 400 mil euros, o projeto contempla também o restauro e conservação de algumas “joias” da arquitetura religiosa nortenha, como a Igreja do Desterro, situada na diocese de Lamego.

Trata-se de um monumento que se encontra fechado há vários anos, e que está agora a beneficiar de intervenções ao nível da talha, do azulejo e da pintura mural.

“O facto de nós termos abertas e mostrarmos ao público estas preciosidades será, sem dúvida nenhuma, um enriquecimento cultural e um afirmar da cultura lamecense, já que estes bens imateriais têm cada vez mais importância na nossa vida”, realça Marina Valle Teixeira, vereadora da Ação Social e Cultural da autarquia de Lamego.

Agora que o projeto “Douro Religioso” entra em fase de conclusão, a equipa responsável pretende sobretudo que ele se torne autossustentável

No entanto, para Luís Sebastian, arqueólogo da direção regional da Cultura do Norte, é preciso assegurar primeiro “uma série de infraestruturas e de recursos humanos, como um corpo de guias que garanta a abertura da porta e o acompanhamento das visitas aos monumentos com qualidade e informação”.

“Em muitos aspetos, só agora é que estamos a começar”, conclui.

70x7/JCP

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