terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

D. António Couto participa na Formação Permanente do Clero de Aveiro

A formação permanente do Clero da Diocese de Aveiro arrancou hoje com três intervenções sobre diferentes perspectivas acerca da família. 

Na Casa Diocesana de Albergaria-a-Velha, 50 padres e diáconos viram e ouviram D. António Couto apresentar a visão bíblica da família e, de tarde, o Pe. Francisco Martins e Juan Ambrosio, respectivamente, a visão sacramental e pastoral da realidade familiar. 

 O Bispo de Lamego começou a sua intervenção como uma citação de Ignacio Buttita (poeta siciliano): “um povo torna-se pobre quando lhe roubam as canções que aprendeu dos seus pais”. 

 A partir de três exemplos veterotestamentários (um do Deuteronómio e dois dos Salmos), o biblista relevou o papel de transmissão e de “recitação daquilo que é precioso” e que cabe aos pais dizer aos filhos. E afirmou: “no dia em que perdermos a música e a toada familiar inscrita na Bíblia ficaremos sem sentido e à deriva”. 

 Para o responsável da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, este é o grande “património espiritual da família”, pois pai e a mãe devem ter uma “música a passar aos seus filhos”. E questionou: “Num tempo em que os pais não se encontram com os seus filhos o que é que lhes podem dar a não ser uns quantos euros? 

 D. António Couto destacou, depois, que na família tem de haver um “pioneiro”, um “abridor de caminhos”. Este é o papel que cabe ao que na Bíblia se designa de “feliz, de beato, de bem-aventurado”. 

Antes de finalizar a sua intervenção falou ainda da “música do Dom” e da “música do Amor”. Pegando nas palavras “matrimónio e património” destacou que na origem das duas está o “munus”, o “dom”. E atirou que “quem recebe um dom deve entrar no jogo do dar”, sabendo-se que “quem não joga este jogo fica imune”. 

 Acerca da “música do amor” estabeleceu a diferença entre “amar” e “estar apaixonado”. Para o prelado, “estar apaixonado é um estado, amar é um acto”. Não é necessariamente certo que quem esteja apaixonado ame quem quer que seja. E ironizou: “a Bíblia não é estúpida. A Bíblia não manda apaixonar-se, mas manda-nos amar”. 

 Finalizou destacando a preciosidade que toda a Bíblia coloca nas mãos e no coração, desafiando a Igreja a saber dar o seu contributo a uma sociedade cada vez mais anestesiada e mais imune à cultura do dom, do amor e da família.

Pe. José António Carneiro, GIDA, Diocese de Aveiro
Foto: P. Júlio Grangeia

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