quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Lamego honrou Nossa Senhora dos Remédios

Por Eduardo Pinto

Lamego prestou homenagem à Senhora dos Remédios e milhares de pessoas encheram as ruas para ver passar a procissão. Enquanto uns ficaram horas a guardar os melhores lugares, outros lucravam com o cansaço

"Acompanhe a procissão da Senhora dos Remédios do início ao fim e sinta a emoção das pessoas, os olhares…" O conselho do padre Adriano Cardoso dava o mote para uma caminhada de duas horas pelas ruas de Lamego, entre andores puxados a juntas de bois e mais de duas centenas de figurantes. Tinha razão o sacerdote.

O tom grave das bandas de música tornava o ambiente emotivo. Dos mais devotos ouviam-se preces. Das varandas choviam pétalas de rosas. Gente de toda a parte, no dia grande da "Romaria de Portugal". Seja dia útil ou de fim-de-semana, Lamego rebenta pelas costuras cada vez que a Senhora dos Remédios sai à rua em procissão, no 8 de Setembro, dia da padroeira. Até podem ter sido menos umas poucas do que as 300 mil estimadas para um sábado ou um domingo, mas mesmo assim a cidade encheu.

Tal como uma esponja, Lamego foi absorvendo gente durante toda a manhã e, especialmente, após o almoço. A procissão só saía às quatro da tarde, mas às 11 já havia filas de singelas cadeirinhas alinhadas, como se plantadas ali por alguma razão especial. E se era especial… Mário Sousa, 81 anos, de Várzea de Abrunhais, "não estava para perder um lugar tão bom, à sombrinha". Mário já tinha cadeira, mas se não tivesse podia comprá-la, por exemplo, a Maria Santos, residente do Porto, que passou os últimos dias em Lamego a vender gelados e pipocas, e que tirou o dia de ontem para vender bancos. "Isto está mau, o pessoal já tem bancos do ano passado e a concorrência é muita", queixava-se. Do calor queixavam-se meninos e meninas figurantes, e mais ainda quem ali ia cumprir promessas, quantas vezes penosas. E os 14 bois, os maiores de Penafiel, os mais pequenos de Tarouca, Sernancelhe e Vidago, também eles espumando da boca, só eles mesmos sabendo da sede de que padeciam.

Há quem diga que o fim é o melhor. Mas é certamente um momento alto. É altura em que, chegada a Senhora dos Remédios ao Centro de Tropas de Operações Especiais, o ar estremece - as pessoas e os animais também - ao som do estrondo das 24 salvas disparadas de quatro canhões. É a chamada bateria de honra.

In Jornal de Notícias

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A imagem é de arquivo

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